A Garganta de Ganis

Muitos são os mistérios que cercam esta que é uma das mais impressionantes paisagens das Ilhas Independentes. Um rasgo em pleno oceano, com cerca de 25 km de comprimento por 19 Km de largura, se abre como uma ferida, engolindo as águas do mar e todos os tolos o bastante para se aproximar.

São poucos os que conhecem a lenda que fala da origem deste local e a maldição que a cerca.

A lenda

Quando o mundo ainda era jovem e o grande continente ainda existia, a ilha de Arthar foi à sede do mais prospero império marítimo da antiguidade. Fundada por navegadores, a cidade de Gladis, rapidamente ascendeu em importância e poder, sendo responsável pelo transporte de grande quantidade de mercadorias pelo grande mar.

Enquanto os grandes reinos viviam para si e mantinham-se dentro do grande continente, o povo de Arthar singrava o grande mar, fundado colônias em ilhas distantes e transportava as riquezas entre os reinos litorâneos.

Tamanho foi seu poder, que nenhum reino se opôs ao seu controle no mar e as taxas exorbitantes que cobravam pelo transporte.

O fim deste reino começou durante o reinado de Ferdon V, um sucessor direto da grande linha de reis marítimos que desde a fundação da capital Gladis, dominou os mares, impondo sua vontade aos demais reinos.

Foi durante o trigésimo – oitavo aniversário do imperador Ferdon V, que durante a sua recepção, no grande salão do mar, que declarou sua ambição em conquistar a grande deusa Ganis, a soberana dos mares.

O que para muitos poderia parecer um insulto, para o imperador era a mais pura verdade e afirmando sua convicção, ordenou que uma grande fragata partiu-se de Gladis em busca do que seriam o maior imposto já cobrado as outras nações.

Durante a noite os templos de Ganis em Arthar tremeram e desabaram. Aqueles que fitavam o mar durante a noite afirmaram terem visto uma grande criatura surgir e se dirigir até a capital Gladis. A capital foi completamente destruída pela criatura, e logo em seguida a ilha foi engolida por uma grande fenda desaparecendo completamente do mundo.

A gigantesca fragata partiu horrorizada com a destruição de sua terra natal, perdendo-se nos mares distantes do Sul. Lendas foram contadas sobre a fragata de Arthar, mas a mais comum é que teriam sobrevivido a viagem e fundado uma grande civilização no continente de Tagmar.

Uma grande fissura ficou no lugar na ilha de Arthar, como um lembrete aos infiéis sobre os poderes da deusa. A fissura levantou parte do leito marinho que se abriu e engoliu a ilha, formando uma imensa cachoeira de água salgada, que deságua no desconhecido, temido por todos os navegadores desde então.

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